Justin Roberts fala sobre a sua passagem pela WWE

Justin Roberts fala sobre a sua passagem pela WWEAntigo locutor da WWE, Justin Roberts deu uma entrevista ao Sports Illustrated, onde anunciou que irá escrever um livro sobre a sua passagem pela WWE. A data de publicação do livro e a editora ainda são aspectos que precisam de ser decididos. No passado, Roberts não teve problemas em ser dar a sua opinião sincera em alguns assuntos como, por exemplo, a apresentação de Connor Michalek no WWE Hall Of Fame. Aqui estão alguns destaques da entrevista.
Royal Rumble 2014:
“O Royal Rumble foi sempre o meu pay-per-view preferido, mas aquela foi uma noite muito estranha. Estava sentado, a ver o evento, e a pensar para mim mesmo: “Porque é que não podem, simplesmente, ouvir os fãs?”. A audiência diz-te o que quer mesmo. Mas, mais uma vez, Vince fez o que queria. E isso prejudicou Rey Mysterio e prejudicou Dave Bautista. Estava tudo errado. Estava na esperança que acabassem por fazer o que era melhor para todos. Mas, a WWE quer mostrar que são eles que controlam o evento, não a audiência.”
Sobre o seu livro:
“Eu sou um fã de Wrestling que teve sucesso. Estou a tentar levar todos os fãs comigo nesta viagem. Eu sei que existe uma audiência que está interessada em saber mais do que vêem na televisão. Irei dar alguns vislumbres do que foi a minha história e o meu caminho.
(…) Para aqueles que se questionam porque é que as pessoas estão ressentidas quando saem da companhia, a resposta é porque, como eu, estavam ressentidas enquanto lá estavam. A diferença é que enquanto lá estamos, não podemos ser sinceros, pois temos medo de perder o nosso emprego. Estou a falar agora com esperança que a companhia mude e trate melhor o talento e os fãs que têm.”
Equipa criativa da WWE:
“Os live events costumavam ser mesmo divertidos. Costumava ser eu, um gestor responsável pela produção e um road agent. Costumávamos ser nós a tomar as decisões e os eventos eram excelentes, mas ao longo do último ano e meio, tornou-se bastante mais complicado. Membros da equipa criativa que estão completamente alheados da audiência que têm e do produto, no geral, começaram a tomar as decisões e, sabendo que o produto estava a sofrer, tornou-se mesmo complicado aparecer para trabalhar.
O objectivo deveria ser sempre tornar o produto o melhor possível para os fãs. Freddie Prinze, Jr. esteve na equipa criativa de 2008 a 2009 e era um fã de wrestling de longa data. Ele estava dedicado a mudar as coisas para melhor, mas a companhia não quer isso. Os miúdos na equipa criativa – aqueles que não vão aos live events – aparecem nas gravações, escrevem Wrestling, mas não têm a experiência de estar no meio da audiência três noites por semana. Não sabem o que é ouvir as reacções em primeira mão, ver os acidentes de percurso e saber o que é que se torna popular.
Tantas vezes, no fim da noite, sabíamos que tínhamos apresentado um evento horrível e sabíamos que os fãs também o sabiam.”
Críticas à WWE:
“As pessoas estão-me sempre a perguntar porque é que falo mal da companhia que me tornou conhecido. A melhor analogia que posso usar para explicar isto é conhecer o nosso herói, apenas para depois percebermos que ele não era quem estávamos à espera. A WWE era o meu herói. Eu era gozado, em criança, por gostar, enquanto todos os outros simplesmente já tinham seguido em frente. Quando, finalmente, lá cheguei descobri que a companhia – que eu esperava que adorasse Wrestling profissional mais do que eu – não gostava mais de Wrestling profissional, se é que alguma vez gostaram. Era apenas algo que tinham nos programas, enquanto tentavam – lentamente – afastar-se disso.”
Diferenças entre o NXT e o roster principal:
“Os lutadores dedicam-se imenso, mas se a companhia não quer que alguém se torne popular, então essa pessoa não se torna popular. Cesaro era o King of Swing, era popular, mas eles arrasaram-no. Isso é o que acontece quando algo que não era, originalmente, uma ideia deles se torna popular. No NXT, os lutadores podem tornar-se populares e têm gimmicks porreiras, mas no roster principal, os talentos estão constantemente a ouvir “Não faças esta manobra outra vez.” e “Não digas isto outra vez.” Existe tanto potencial, mas até o Vince estar preparado para investir neles, o máximo que podem fazer é esperar.”
Triple H:
“Hunter está a ser retratado como o salvador do Wrestling e as pessoas acreditam que ele irá salvar a indústria, assim que assumir o poder. Nós também pensávamos isso, até ele começar a ter poder. Paul começou a supervisionar várias divisões e, uma delas, era os live events.  Assim que ele tomou as rédeas da divisão, o horário tornou-se brutal. Como ele costumava ser lutador, pensávamos que ele iria fazer de tudo para os beneficiar, mas não foi o caso. O horário ficou mais complicado de suportar.
Hunter começou também a arrasar com coisas que se tornaram populares. Se repararem, agora só se fala de como o NXT é o futuro. Mas, investir no futuro não é sinónimo de ignorar o presente. Zack Ryder tornou-se super popular, ao ponto dos fãs gritarem por ele na Madison Square Garden, enquanto o The Rock estava no ringue. Dolph Ziggler tornou-se popular. Primo e Epico (Los Matadores) eram lutadores fantásticos, mas acabaram perdidos no meio do card. Há um limite para o que cada um pode atingir e todas as pessoas que eles não quiserem que sejam populares são arrasadas, por muito que os fãs os apoiem. Daniel Bryan foi uma excepção rara, embora a companhia tenha lutado contra a sua popularidade vezes e vezes sem conta.
Todo o destaque está no NXT, porque é uma criação dele. Ele sabe que se o NXT tiver sucesso, é ele que fica bem visto.”
Vince McMahon:
“Tudo passa por Vince. Ninguém lhe vai dizer o que fazer. Não vai ser o Michael Hayes, o Triple H ou os fãs. Ele vai fazer o que quer fazer. Os fãs são melhores e mais inteligentes do que as pessoas o reconhecem. O produto é bastante inconsistente, muda todas as semanas. Vince está dentro da sua própria bolha e não tem motivação para produzir a melhor programação possível. Ele venceu a competição que tinha com a WCW e acabou aí. Ele é perfeitamente capaz de melhorar, mas ele vai continuar a fazer o que quer até alguém competir com ele.”
Fonte:Sports Illustrated

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